Operação Presságio: polícia indicia 18 em conclusão de inquérito da segunda fase da investigação

Por Aline S Z Klitzke em 10/06/2024 às 10:47:07

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito referente à segunda fase da Operação Presságio, que investiga suspeitas de desvio de recursos da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis a projetos sociais e esportivos. Foram 18 indiciados.

Os crimes apurados no inquérito incluem desvio de verba pública, fraude a licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e falsidade ideológica.

Entre os indiciados, estão os quatro suspeitos que foram presos durante a operação (confira o que dizem as defesas deles ao final da reportagem):

  • o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira;
  • Renê Justino, que seria o braço-direito de Pereira;
  • Cleber Ferreira, suspeito de ser uma espécie de contador do esquema;
  • Lucas Fagundes, suspeito de participar do grupo criminoso.

Além deles, os demais indiciados são ligados a projetos esportivos e sociais.

Inquérito

O inquérito aponta que houve desvio de recursos para contratação de uma empresa que instalou tendas na Passarela Nego Quirido e a liberação do patrocínio para uma empresa que promoveu uma corrida de rua na capital e para outros projetos esportivos.

Entre as situações investigadas, está a suspeita de desvio de recursos envolvendo projetos sociais como um projeto de apoio a pessoas com autismo. Conforme a delegada Patrícia Fronza, que assina o inquérito, a entidade suspeita deveria ter empregado R$ 540 mil recebidos pela prefeitura no projeto.

Porém, não foi o que ocorreu. O inquérito demonstrou que foram desviados R$ 47 mil, valor encaminhado a pessoas investigadas na operação. Suspeitas relacionadas a recursos para outros projetos são apuradas.

Também é investigada a Olimpíada Estudantil de Santa Catarina (Olesc), realizada no ano passado em Florianópolis. Há suspeita de que o dinheiro enviado pela prefeitura para o evento tenha passado por desvio de recursos, na ordem R$ 14 mil.

O inquérito tem mais de 100 páginas.

Operação Presságio

A Operação Presságio teve duas fases até o momento. A primeira fase começou em janeiro deste ano por suspeitas de irregularidades na contratação da empresa que prestava serviço de recolhimento de lixo em Florianópolis em 2021.

Após essa primeira fase, os investigadores começaram a se aprofundar também em repasses de recursos da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte a projetos sociais e esportivos. E é nesta parte que é focada a segunda fase da operação.

O que dizem os citados

O advogado de Ed Pereira, Claudio Gastão da Rosa Filho, disse que não teve acesso ao inquérito. No depoimento prestado à Polícia Civil, o ex-secretário optou por se manter em silêncio.

A defesa de Renê Justino e Cleber Ferreira foi procurada, mas o advogado não responde mais pelo caso e os novos defensores não foram encontrados. Na delegacia, eles ficaram em silêncio.

A defesa de Lucas da Rosa Fagundes emitiu nota:

LUCAS DA ROSA FAGUNDES não faz parte de qualquer organização criminosa e tem colaborado plenamente com a investigação.

Cada nota expedida por sua empresa está calcada em uma prestação de serviço. Nesta semana juntará ao processo as provas de que os serviços contratados foram efetivamente prestados.

Existem mais de 15 prestações de contas apresentados por Lucas à controladoria do município que comprovam a realização dos serviços.

Ressalta-se que, ao contrário do que foi relatado pela investigação, Lucas não detinha qualquer vínculo com qualquer órgão público na data da prisão.

Lucas é MEI desde 2021, contrariando o afirmado pela investigação que indica ter aberto sua empresa em conluio com os outros investigados.

A defesa está preparando a documentação para juntada aos autos do processo. Tal comprovará a efetiva inocência do acusado.

Fonte: Rede Web TV

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