Dia Mundial do Alzheimer alerta para aumento de casos no mundo

Por Redação em 21/09/2022 às 11:32:06

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De acordo com a Organização Mundial da SaĂșde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demĂȘncia, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre dez indivĂ­duos nessa situação em todo o mundo. A OMS alerta para a tendĂȘncia de aumento preocupante desses nĂșmeros, com o envelhecimento da população. Estimativas da Alzheimer"s Disease International, sediada no Reino Unido, os nĂșmeros globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050.

JĂĄ aqui no Brasil, dados do Ministério da SaĂșde indicam que em torno de 1,2 milhão de pessoas tĂȘm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

Nesta quarta-feira (21) celebra-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer. No Brasil, a data marca o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, instituĂ­do para esclarecer os brasileiros sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados aos diagnosticados com a doença.

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Nesta quarta-feira (21) celebra-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer. No Brasil, a data marca o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, instituĂ­do para esclarecer os brasileiros sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados aos diagnosticados com a doença.

No caso do Alzheimer, um conjunto de neurônios sofre um processo defeituoso e começa a morrer. Como esses neurônios são justamente aqueles responsĂĄveis pela memória, o paciente começa a ter incapacidade para gerar novas memórias. "Começa o esquecimento relacionado a eventos recentes".

Pessanha explica que os primeiros sinais são identificados pela famĂ­lia e por amigos. "O indivĂ­duo começa a esquecer coisas, como o nome dos netos; começa a repetir a mesma pergunta vĂĄrias vezes; não consegue aprender coisas novas".

Mais jovens

O Alzheimer é uma das formas de demĂȘncia neurodegenerativa que, geralmente, afetam os idosos, jĂĄ que trata-se de um processo lento e progressivo. Os sintomas começam, em geral, depois da sexta ou sétima décadas de vida. Para especialistas, a doença em jovens é muito rara e ocorre quando hĂĄ predisposição genética para a doença.

"O jovem, entendido como alguém na faixa de 40 anos, quando tem [Alzheimer], esse processo começa muito precocemente, porque é preciso muito tempo para essa disfunção se manifestar", diz Pessanha.

O especialista esclarece ainda que o Alzheimer não pode ser confundido com a demĂȘncia senil: "o cérebro envelhece, como todo o corpo envelhece. Alzheimer é a doença. Não é o envelhecimento natural do nosso cérebro".

Ferramenta

O médico nuclear e membro titular da Sociedade Europeia de Medicina Nuclear, José Leite, conta que a medicina ganhou importantes aliados para a detecção do Alzheimer, como um teste de imagem não invasivo, chamado PET Amiloide Florbetabeno (PET-CT com Florbetabeno-18F). "O exame é capaz de fazer a medição do volume de placas beta amiloides que, quando acumuladas, interferem no funcionamento das células cerebrais e são consideradas como digitais do Alzheimer pelos médicos".

O exame é uma novidade no paĂ­s e importante porque potencializa o diagnóstico. Como é uma doença progressiva, quanto o diagnóstico mais chances de iniciar um tratamento correto para melhorar a qualidade de vida do paciente. "É muito importante porque, quanto antes tiver o diagnóstico, o médico pode tratar melhor, começar a medicar o paciente para que se reduza a velocidade com a qual os neurônios começam a morrer. AĂ­, vocĂȘ eleva a qualidade de vida e o prognóstico do paciente melhora muito", avalia Pessanha.

Segundo Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo exame é uma ferramenta para auxiliar no diagnóstico, mas, isoladamente, não é suficiente. "Ele fortalece a hipótese clĂ­nica. Possibilita a detecção precoce da condição e, juntamente com a avaliação dos sintomas existentes, é possĂ­vel tentar estabilizĂĄ-los".

EstĂ­mulos

Marcus Tulius destacou que a melhora da qualidade de vida do paciente com Alzheimer é propiciada quando se faz um tratamento mais precoce, "fazer com que a pessoa e a famĂ­lia se preparem para essa doença, apesar de saber que a doença vai progredir no futuro. Os medicamentos fazem com que essa evolução seja mais lenta".

O Alzheimer é uma doença sem cura e não hĂĄ uma prevenção comprovadamente eficiente. A prevenção consiste em manter uma atividade fĂ­sica e mental ativa, ler muito, escrever, fazer palavras-cruzadas, quebra-cabeças. "Quem ocupa o cérebro adia a doença", diz Pessanha.

Além dos estĂ­mulos mentais, hĂĄ evidĂȘncias cada vez maiores de que exercĂ­cios fĂ­sicos são benéficos para a prevenção e tratamento do Alzheimer. A atividade fĂ­sica regular, como por exemplo as caminhadas, não apenas protege contra alguns fatores de risco para o surgimento do Alzheimer, como hipertensão, colesterol alto e diabetes, como também traz benefĂ­cio na velocidade de raciocĂ­nio, favorece a manutenção da memória e ajuda na prevenção do declĂ­nio cognitivo.

Estudos recentes relacionam o Alzheimer com outras doenças e, por esse motivo, um cuidado com a saĂșde em geral pode adiar o desenvolvimento da doença. "A gente sabe hoje que Alzheimer estĂĄ ligado muito ao diabetes, à hipertensão, ao tabagismo, à sĂ­ndrome da apneia obstrutiva do sono, a quadros de depressão. Então, se vocĂȘ precocemente trata essas situações, isso diminui o risco de o idoso, quando chega à terceira idade, desenvolver Alzheimer", diz Marcus Tulius.

Apoio

O suporte da famĂ­lia ao paciente com Alzheimer é fundamental. "A pessoa estĂĄ com uma enfermidade. Ela não confunde o nome do neto, por exemplo, porque quer. Tento pedir que a famĂ­lia apoie, estimule, leve para o cinema, o museu, o teatro, leve para passear, tenha paciĂȘncia porque esses estĂ­mulos é que vão manter o paciente, por mais tempo, com uma qualidade mĂ­nima de vida para interagir com as pessoas", recomenda Pessanha.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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