Operação "Tempus Veritatis" desarticula esquema de corrupção eleitoral em SC

Por Redação em 08/10/2024 às 15:00:11

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Investigação Criminal de Laguna, deflagrou a operação "Tempus Veritatis", visando desarticular esquema de corrupção eleitoral envolvendo a compra de votos no município. A ação aconteceu em conjunto com a Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/SUL), a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Laguna e a Delegacia de Polícia da Comarca (DPCO) de Laguna.

Primeira fase da operação

A primeira fase da operação foi deflagrada na quarta-feira (02/10) e teve como alvo um sítio pertencente a um ex-agente público de Laguna, local que, segundo as investigações, era utilizado para ocultar expressivas quantias em dinheiro destinado à cooptação ilícita de eleitores para um determinado partido político. Apesar de os principais suspeitos terem deixado o local às pressas, alertados por um aparente vazamento de informações, a ação policial não foi em vão. Os agentes conseguiram identificar candidatos, agentes públicos e até mesmo policiais supostamente envolvidos no esquema criminoso.

Durante as buscas no sítio, foram apreendidos documentos cruciais que apontam para a possível prática de corrupção eleitoral, incluindo envelopes com valores anotados e listas contendo informações nominais de possíveis eleitores aliciados.

Segunda fase da operação

Não se dando por satisfeita, a equipe da DIC de Laguna intensificou o monitoramento dos veículos suspeitos de serem utilizados na distribuição ilegal de dinheiro durante a semana passada. O trabalho meticuloso rendeu frutos quando, na sexta-feira (04/10), em uma ação conjunta com a DECOR/SUL, dois veículos – já alvos dessa denúncia por distribuição indevida de dinheiro em troca de votos – foram abordados simultaneamente.

Em um dos carros, os policiais encontraram um candidato a vice-prefeito, acompanhado por um policial penal. Ainda foram descobertos dois malotes contendo R$ 18.000,00 em espécie, além de material de campanha. As evidências sugerem que esse dinheiro seria usado para a compra ilegal de votos.

O segundo veículo, conduzido por um funcionário comissionado de um deputado estadual, também transportava uma quantia em dinheiro, material de campanha e, surpreendentemente, um simulacro de arma de fogo.

Terceira fase da operação

No sábado (05/10), foi deflagrada a terceira fase da operação, quando ocorreu o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em imóveis de pré-candidatos. Na ocasião, foram coletados aparelhos eletrônicos, que serão utilizados pela instrução do inquérito policial.

Próximos passos

A Polícia Civil ressalta que todos os envolvidos, incluindo os policiais implicados no esquema, já foram devidamente identificados. As investigações continuam em andamento na sede da DIC, sob a liderança do Delegado Bruno Fernandes.

O delegado Bruno Fernandes, coordenador da operação na DIC de Laguna, ressaltou a importância da ação, "a Polícia Civil é, acima de tudo, uma instituição comprometida com o Estado Democrático de Direito. Nossa missão é garantir que o processo eleitoral ocorra de forma justa e transparente, livre de influências criminosas que possam comprometer a vontade popular".

O delegado Ricardo Kelleter, da DECOR/SUL, que trabalhou em conjunto na operação, acrescentou que "essa ação demonstra que a corrupção eleitoral não será tolerada em Santa Catarina. Estamos determinados a investigar e responsabilizar todos os envolvidos, independentemente de sua posição ou influência".

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