O que se sabe sobre o caso do anestesista preso por estupro de uma grávida durante o parto dela

Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira (11)

Por Cássia Paim Kopsch em 12/07/2022 às 08:54:31

Reprodução/ TV Globo

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira (11) por estuprar uma grávida que passava por uma cesariana. A defesa dele disse que aguarda acesso à íntegra das provas e depoimentos para se manifestar.

Com 32 anos, ele se formou em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), no Sul Fluminense, e concluiu a especialização em anestesia no início de abril.

Ele atuou em pelo menos 10 hospitais públicos e privados, segundo informações que ele mesmo compartilhou em redes sociais.


Onde e como aconteceu o flagrante?

O ato criminoso de Giovanni Quintella foi flagrado no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde trabalhava há pelo menos 2 meses.

Mulheres da equipe do hospital começaram a estranhar a quantidade de sedativo que o anestesista aplicava nas pacientes e a forma como ele se movimentava atrás do lençol que o separava da equipe.

As técnicas de enfermagem da unidade de saúde conseguiram, com um celular escondido, flagrar o estupro. Elas não estavam na sala de cirurgia no momento do crime.

O aparelho foi posicionado em um armário com portas de vidro e colocado para gravar. As imagens foram checadas depois pela equipe — por isso elas não puderam parar o estupro.


O que levou funcionárias a desconfiarem do médico?

Além da forma como o anestesista se movimentava por trás do lençol, uma das funcionárias contou que a quantidade de sedação usada por Giovanni nas pacientes também levantava suspeitas.

A mulher contou que a dosagem era "demasiada" e que "as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês" após o parto.

"Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa [na sala de cirurgia]", afirmou.

Outra conduta do médico que gerou desconfiança foi o uso de "capotes" passada a cirurgia.

"Após a saída do acompanhante da paciente da sala de cirurgia, Giovanni usou um capote, fazendo uma cabana que impedia que qualquer outra pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima", relatou a funcionária na declaração à polícia.


Quantas vítimas foram identificadas?

Além da parturiente que aparece no flagrante sofrendo o abuso, também teria sido vítima do anestesista pelo menos mais uma mulher.

A mãe dessa segunda vítima entrou em contato com a TV Globo relatando um caso similar ao flagrado pela equipe do hospital.

"Quando minha filha veio da mesa de cirurgia, ainda desacordada, ela veio suja. Percebi sobre o rosto e sobre o pescoço dela algumas casquinhas secas, brancas. Eu não sabia o que era. Achava que era algum medicamento que tinha entornado", contou.


Anestesista será expulso de conselho de medicina?

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou ter aberto nesta segunda um processo para expulsar Giovanni Quintella. Clovis Bersot Munhoz, presidente do Cremerj, disse que "as cenas são absurdas".

A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, a que o Hospital da Mulher de Vilar dos Teles está subordinado, repudiaram em nota a conduta do médico anestesista.

"Informamos que será aberta uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj. A equipe do Hospital da Mulher está prestando todo apoio à vítima e à sua família", afirmaram.


O médico é servidor do RJ?

A Secretaria de Estado de Saúde e a direção do Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart informaram que o médico não é servidor do estado.

De acordo com a pasta, ele "tem título de especialista em anestesiologia, CRM regular e prestava serviço há seis meses como pessoa jurídica para os hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e Getúlio Vargas".

Diz o texto que as unidades estão em contato com a Polícia Civil para colaborar com as investigações.


Nota de defesa de Giovanni Quintella

"A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manisfestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella".




Fonte: g1

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