O júri popular do marido de Vanisse Venturi, mulher morta no Alto Vale em 2020, ocorre nesta quinta-feira (17) em Rio do Sul. O homem é acusado de ter matado a companheira em julho daquele ano, na cidade de Agronômica. O caso chega a julgamento com uma pergunta sem resposta: onde está o corpo da mulher, até hoje não localizado apesar das buscas, inclusive com cães farejadores?
O julgamento deve começar às 8 horas e se estender ao longo do dia, no Fórum de Rio do Sul.
O marido da vítima, Isonir Venturi, responde por homicídio qualificado por motivo torpe e feminicídio, além de ocultação de cadáver. Já Isael Venturi, irmão do réu e cunhado da vítima, será julgado por ajudar a esconder o corpo da mulher. Os dois negam os crimes.
Para o Ministério Público, o homem matou a esposa porque não queria dividir os bens durante o divórcio. Ele foi preso em junho de 2021. A investigação aponta que Vanisse foi morta depois das 18h de 22 de julho de 2020 no galpão da família, ao lado da casa onde o casal vivia com os dois filhos. O corpo teria sido ocultado pelo irmão de Isonir.
As apurações dão conta de que o crime aconteceu momentos depois de o homem receber uma mensagem da advogada da esposa. Um vizinho viu os dois indo para o galpão por volta das 18 horas e, meia hora depois, só o homem deixou o local. O tênis que ela teria usado quando ia ao galpão foi encontrado pela polícia na casa da família, conforme o Ministério Público.
De acordo com as investigações, o marido recebeu a visita do cunhado, irmão da vítima, por volta das 19h20min, e disse que a esposa não estava em casa. Depois, diferentemente da rotina da família, ainda preparou o jantar para os filhos, alegando que a mãe estava no quarto, com a porta chaveada, por causa de uma suposta dor de cabeça.
Perto das 22 horas, sem saber que era observado pelo filho mais novo, de 12 anos, o homem pegou uma lanterna e saiu da casa. Em seguida, foi visto por um vizinho entrando novamente no galpão. O objetivo, de acordo com a denúncia do Ministério Público, seria preparar o corpo e deixá-lo acessível ao irmão, que se encarregaria de ocultá-lo na madrugada.
O cunhado de Vanisse chegou a ficar preso por 30 dias. Isael deixou a prisão em março deste ano. Ele nega que tenha estado na casa naquela noite, mas o promotor afirma ter evidências concretas de que o homem estava na região. As mensagens trocadas entre ele e o irmão por aplicativo de mensagens foram todas apagadas antes da perícia da polícia.
A reportagem tentou contato com a defesa de Isonir e Isael Venturi, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço para o contraponto segue aberto.
Fonte: Fonte: Talita Catie / Jornal de Santa Catarina / NSC Total / Via: Portal Educadora